quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

8h20 da manhã.




Hoje saí de casa atrasada. Pelo caminho, já no carro (onde costumo ir completamente a dormir ao ponto de nao ouvir nem ver ninguém), naquela rotunda onde não costuma passar quase ninguém, especialmente áquela hora da manhã, vejo o pai dele. Sabes aquela imagem em câmara lenta, como nos filmes? Foi exactamente assim que aconteceu... Só esteve dois segundos à minha frente, mas pareceram aí uns dez minutos. É impressionante... não era ele, era só o pai. E logo eu que nunca falei com o pai dele. Como é possivel me ter perturbado tanto? Não sei, só sei que pensei bastante nisto ao longo de todo o dia. Mas aí está... penso em quê? no que construimos? No que fomos e no que não fomos? No que deveriamos ter sido um para o outro? No que deixamos para trás por orgulho ou por preconceito? Eu penso nos meus erros, deito-me, acordo e envolvo-me com eles todas as noites. Porque os meus únicos erros foram contigo, e já não foram poucos. Mas eu sei e tu também sabes que não existe culpa, existe destino e eu acredito nele.



segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009







Para os monstros não há regras nem limites, só há desejos e obsessões, para os monstros os outros não existem porque só servem para os servir. Mas, sabes, os monstros podem nascer com todos os atributos e qualidades, podem ter o mais belo e azul olhar, a expressão mais casta e pura, as mãos mais macias e perfeitas, o sorriso mais cândido e a voz mais bela, mas nasceram sem coração e nem mesmo quando passam a vida a roubar e a destruir o coração dos outros, jamais saberão o que é ter um. E é por isso que nunca serão pessoas. E é por isso que são tão infelizes."

Margarida Rebelo Pinto. -"Artista de circo"